[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ic6FkfGnPfE&w=570]
Poema do livro “Os Dentes da Delicadeza“, do Everton Behenck, que eu conheço desde que dizia que a gente deveria se mudar daqui a uma semana.
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Poema do livro “Os Dentes da Delicadeza“, do Everton Behenck, que eu conheço desde que dizia que a gente deveria se mudar daqui a uma semana.
Aproveitei o feriado de Carnaval para fazer algo muito mais louvável do que continuar incentivando aquele bando de sem noção a continuar levando todo aquele desfile a sério: terminei de ler o segundo livro da trilogia de Eragon.
Mais uma vez o iniciante escritor me surpreendeu. Inevitavelmente quando se cai no clichê de fazer uma trilogia, se é vítima de outros clichês que são praticamente inevitáveis em uma história de aventura e fantasia medieval com seres fantásticos, magia, armas, armaduras e dragões. Mas ainda assim o guri administrou bem os clichês.
Eldest segue exatamente de onde Eragon parou. Os acontecimentos que ocorrem no fim do livro e que foram completamente ignorados no filme me deixam completamente sem saber como diabos os roteristas e diretores farão pra filmer os acontecimentos seguintes. O livro começa arrastado, narrando ao mesmo tempo a ida de Eragon para seu treinamento entre os elfos, o que acontece na vida de seu primo Roram, e o que ocorre com os Varden até que Eragon volte a encontrá-los.
Mortes inesperadas, desafios psicológicos, um romance menos clichê do que o que foi retratado no filme. Além disso, elfos muito melhores que as malas de sempre. Não, infelizmente Paolini não nos livra de um bando de elfos que adoram poesia e música, mas os faz mais fortes, poderosos, e corajosos. E muito, muito menos afetados.
O treinamento de Eragon é um clichê daqueles mais empolgantes. Fazia tempo que eu não lia nada com um protagonista que agora iria treinar pra ficar fodão. Não contarei como ele desmantela o clichê mais tarde.
Infelizmente o cretino ainda não escreveu o último e agora tenho que ficar esperando pra saber como a história termina. Pra quem curte aventuras medievais, com um conceito bem diferente de magia e com uma visão de bem e mal muito mais cheia de nuances do que o preto e branco habitual, aconselho que compre logo e leia. Algumas livrarias ainda dão um ingresso de graça pra assistir Eragon na compra de qualquer um dos volumes da trilogia.
A primeira vez que li o nome Ergon, pensei o seguinte: ” Eragon é Dragon, mas com ‘e’. Que espécie de idiota tem coragem de colocar este nome no prootagonista de uma história sobre dragões?” Então li que o autor tinha 15 anos quando começou a escrever, o que me fez entender o nome do livro e esperar que fosse uma grande porcaria.
Daí lançaram o filme. Tinha o John Malcovich e o Jeremy Irons (e uma vez que já superei meu problema com ele, agora posso ver seus filmes). Tinha uma seqüência já preparada antes do lançamento do primeiro filme. Já que hollywood, que tem muito mais dinheiro que eu, resolveu gastar uns milhões nele, achei que dava pra eu gastar uns reais e assistir.
Pra minha surpresa, gostei do filme. A única coisa que me irritou nele foi a impressão de que haviam comprimido uma história bem grande em muito pouco tempo de filme. E isso me fez, naquele desgraçado aeroporto de Congonhas, comprar o livro (juntamente com uma edição pornográfica das Viagens de Gulliver, que comentarei outro dia).
O livro é muito melhor do que eu esperava. Principalmente tratando-se de um livro escrito por um guri de 15 ano. Isso faz com que ele cometa algumas ingenuidades literárias, mas ainda assim a história é boa e empolgante. Em alguns momentos, rola aquela vontade de ser o novo Tolkien, criando uma língua nova e coisas do gênero, mas felizmente isso não faz com que ele encha o livro de poesias enfadonhas e citações de rodapé que só atrapalham, como o Tolkien insistia em fazer.
Vale a pena ler. Pra quem viu o filme primeiro, é melhor ainda, embora vá fazer com que se goste menos do filme. Pra quem leu o livro, veja o filme só se não tiver outra coisa melhor pra fazer, pois eles esquartejaram a história.
Li este livro na semana do ano novo. Logo que terminei de lê-lo, eu pensei em escrever sobre ele. Acabei esquecendo e perdido entre os caóticos afazeres da propaganda (na faculdade nos ensinam mais ou menos o que faremos na profissão e ainda não nos contam que teremos que fazer tudo ao mesmo tempo). Depois, já de volta ao trabalho, uma conversa com a Taíse, o Menzes e a Taina – sobre a terrível utilização se breguíssimos termos para substituir os nomes originais das partes íntimas dos seres humanos – me lembrou novamente de escrever sobre o livro.
Finalmente hoje, antes de começar a escrever este post, resolvi ainda dar uma olhada em outras resenhas do livro para ver qual a opinião das outras pessoas sobre ele, e acabei lendo a de uma mulher que tem a opinião exatamente contrária à minha. Vamos então ao livro.
Anti-Justine se propõe a ser um livro sobre os prazeres do amor (mais propriamente dito, do sexo). Se propõe a se opor ao Justine, onde a dor impera. O autor enterra o leitor em uma avalanche de trepadas sem quase nenhum intervalo entre elas. Entendendo que nenhum homem jamais quis deliciar os lábios nas suaves pétalas da flor de alguma mulher, ele esbanja paus, bucetas, cus e todos os outros nomes chulos possíveis. Ele dá nome aos bois sem medo. Ainda usa termos mais arcaicos mas perfeitamente entendíveis para descrever orgasmos. O cara praticamente é um entusiasta do pornô sem história.
Ele tem cenas de suruba, tortura, morte, bondage e muito, muito incesto. Eu, pessoalmente, gosto da maneira que ele dá nome aos bois. Uma coisa é tu romantizar uma trepada que ocorre no meio de um romance, outra coisa é escrever um livro erótico “tocando o sexo” de alguém. Isso é broxante. Puritanos que se fodam, o livro é definitivamente uma boa putaria.
Não aconselho que seja lido em igrejas, ônibus, ambiente de trabalho, velórios, frentes de colégios e lugares com pessoas demais. Não apenas porque a capa (mais uma das ótimas capas das novas edições dos livros de bolso da L&PM) é já bem sugestiva, mas porque qualquer pessoa com hormônios e falta de vergonha suficientes terá efeitos colaterais não saciáveis nestes ambientes. Pelo menos não sem voz de prisão.
Quem não conhece o bom, velho e podre Rubem Fonseca, mas já leu mais de três livros do Paulo Coelho, por favor caminhe até a frente do espelho, depois de dar com a cabeça nele até quebrá-lo em pedaços, pegue algum dos cacos maiores e mais afiados e corte os pulsos.
O primeiro livro que eu li do Rubem Fonseca foi Feliz Ano Novo. Uma caralhada de contos em que no conto título, um bando de assaltantes tem a genial discussão sobre a possibilidade de grudar uma pessoa na parede com um tiro de doze. Agradeço até hoje à minha professora de português do segundo semestre do equivocadíssimo curso de publicidade e propaganda por ter nos feito ler o livro.
Depois disso li Romance Negro, Lucia McCartney, Agosto, Memórias de um Fescenino e A Grande Arte. Felizmente, conferinto os títulos para escrever este post, vejo que ainda tenho váááááários livros dele para ler. Mas deixarei da costumeira enrolação e falarei finalmente do livro.
Ela e Outras Mulheres é um grupo de contos que tem a mulher como tema. Cada um dos contos, organizados em ordem alfabética, tem o nome de uma mulher, tendo ela importâncias variadas em cada uma das pequenas histórias. O livro é bom, a narrativa prende, e dá pra ler facilmente em uma tarde. O que é divertidíssimo mas irritante, quando ele acaba e se quer mais.
A impressão que tenho é que a cada livro que leio dele me torno mais tosco. Uma das melhores coisas do Rubem Fonseca é a maneira sem vasilina de dizer as coisas. Além disso, ele consegue fazer com que personagens de classes super baixas, totalmente sem instrução, não sejam o favelado clichê insuportável de sempre. Ele sabe achar o interessante de cada situação, sempre surpreendendo.
Além disso, no meio da livrarada de auto-ajudo e de todos os 183 títulos resultantes da porcaria do código DaVinci, a capa verde e preta do livro se destaca, chamando a atenção e deixando quem sabe o que é bom pra ler feliz por ver que o cara lançou um livro novo.
Comprei esse livro junto com um livro da Anaïs Nin cujo nome não me lembro agora. Patrícia Highsmith, a autora, é também a autora de “O Talentoso Ripley”, e como na contracapa da edição para bolsos gigantes da L&PM dizia que ele havia inspirado Nabokov a escrever Lolita, eu resolvi dar uma olhada.
O livro é uma história de amor lésbico um tanto conturbada. Durante a maioria das páginas do livro o leitor se encontra com raiva da protagonista. A protagonista é uma cenógrafa de 19 anos chamada Therese, que mora em Nova York sozinha em um micro apartamento, e que inicialmente namora um mala sem alça de origem russa pelo qual ela não sente praticamente nada. Carol é uma mulher bem mais velha que ela, mãe e que está se divorciando. Elas se conhecem em uma loja de departamentos e a guria de 19 anos se apaixona por ela.
Quando elas saem para viajar juntas de carro é quando descobrimos o que inspirou Nabokov. É mais um guia de viagens pelos EUA. Felizmente, ela descreve muito menos o ambiente do que Nabokov. Mas infelizmente, todas as cenas de interação das duas poderiam ser resumidas a umas quatro ou cinco.
O final do livro, graças a deus, surpreende. E surpreende bem na hora que tu acha que Manoel Carlos encarnou na Patrícia Highsmith. Não contarei o final. Não pouparei ninguém do guia de viagens. Nem de ficar com raiva da cenógrafa. Boa sorte.
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