Vendo superego…

“Vendo superego com pouco uso. Aceito troca por bebidas exóticas ou coleção de jogos de Final Fantasy para playstation 2“.

Esse provavelmente seria o início do anúncio que eu colocaria nos classificados no momento em que eu ganhasse em uma Mega Sena multi-acumulada. Até porque eu só jogo depois de ter no mínimo 23 milhões acumulados. Ganhar cem mil em uma Mega Sena é digno de um Rubens Barrichello.

Acho que um bom número de brasileiros faz planos grandiosos/estranho/alucinados para caso um dia venha a ficar rico da noite para o dia. Tenho uma crença bastante fundamentada que se o cara não for um anão agricultor que mora no acre, a possibilidade é bastante pequena de que venha a ser sorteado. Um amigo meu uma vez me disse que a namorada dele na época perguntou a ele o que ele faria se ganhasse na Mega Sena. “Nada”, ele respondeu. “Se eu ganhasse toda essa grana não ía precisar fazer mais nada”. Ela ficou puta com ele.

Eu tenho uma listagem bastante grande de planos para caso ganhe na Mega Sena. Certamente não poderei fazer todos. O que existe de mais comum nos meus planos é a supressão total e final do meu superego. Até porque superego é ferramenta pra pobre. Multimilionário não precisa de superego.

Vamos à minha listinha de delírios:

• Abrir um puteiro do lado de cada Igreja Universal existente no país. Teríamos preços competitivos e faixas enormes com frases de incentivo ao fiel como “Andando de novo? Então venha usar essas pernas como nunca usou antes!”

• Abriria a empresa “Transsexual Mobile Motel – O fim do mal-comismo ao seu alcance, em qualquer hora, em qualquer lugar”. Seriam ônibus enormes com cabines grandes com camas para que as pessoas pudessem descer durante o expediente e dar uma trepadinha pra desestressar a si e aos colegas que aguentam o suprecitado mal-comismo;

• Contrataria pessoas para ficarem dentro de uma piscina, com água até o pescoço. Então convidaria meus amigos para beber bons drinks, comer petiscos, e tentar acertar aquelas bóias coloridas na cabeça do pessoal que estava dentro d’água. Salário dos de molho – 500 pila a hora;

• Abriria uma escola de luta-livre de mulheres no gel, e financiaria a equipe brasileira;

• Compraria uma limosine, mandaria tirar as poltronas e substituir por uma enorme cama. Um motorista ficaria dirigindo o tempo todo enquanto eu dormisse;

• Construiria um enorme labirinto na frente da entrada da minha casa. Minha casa seria aberta ao público que aceitasse as regras e que conseguisse passar pelo labirinto. As paredes do labirinto seriam moveis e mudariam ao longo do tempo. Pelo labirinto haveriam geladeiras com petiscos e apenas bebida alcoólica. Haveriam também banheiros completos para até mesmo tomar banho, e guarda-roupas com roupas pra trocar. Absolutamente todas as partes do labirinto teriam câmeras para que eu e meus amigos pudéssemos assistir a tudo. Talvez eu vendesse as fitas pra uma TV a cabo.

Tenho mais uma caralhada de idéias, mas como a maioria trata de coisas muito politicamente incorretas e que consistem na corrupção das pessoas ou tortura psicológica das mesmas, achei melhor não colocar aqui.

Mas ontem tive uma idéia nova. Vou criar uma competição anual entre meus amigos. Escolheremos um tema inicial, e todos terão o ano inteiro à sua disposição todo o tipo de treinamento para realizar a tarefa. No final do ano acontece a competição. O vencedor – como sugeriu o menezes – escolhe a próxima competição. A primeira seria uma corrida de aviões até o norte do país. Todos aprenderiam a pilotar e teriam um avião à sua disposição, pintado como o piloto desejasse. No final, para comemorar, aterrorizaríamos uma pequena cidade do interior.

Palmtop, o Anão…

Quando finalmente o Acre for destruído por uma bomba atômica ou por uma avalanche de guarda chuvas e eu conseguir ganhar na mega sena multi-acumulada, eu contratarei um anão para me servir. Com a destruição do Acre ficará mais fácil de contratar anões refugiados a preços decentes.

As atribuições do meu anão serão bastante simples. Antes de tudo, ele deverá ter uma agenda com todos os meus compromissos, lembrando-me de cada um deles sempre em tempo de eu não perdê-los. Em segundo lugar, ele teria um palmtop com câmera com a finalidade de fotografar cada pessoa que eu venha a conhecer, e preencher um pequeno profile da pessoa, dizendo quando e como a conheci e os assuntos sobre os quais conversamos. Com apenas estas duas atribuições, meu anão já substituiria grande parte da minha memória.

Além disso, ele seria encarregado de ler os briefings em voz alta para mim, enquanto eu caminhasse para pegar mais café. (Não, servir café não é ffunção de Palmtop, o Anão). Ele também ficaria me cutucando de tempos em tempos, me lembrando de fazer tarefas corriqueiras, como marcar exames em médicos, fazer jpgs para o atendimento e desligar o fogão depois de terminar de fazer a comida. Meus e-mails de trabalho, inclusive, passariam a ser sempre encaminhados com cópia para o Palmtop.

Creio que uma vez que eu passasse a utilizar este serviço inigualável, logo várias pessoas iriam aderir a ele. A vantagem do anão em relação às pessoas mais altas seria a facilidade de se locomover entre as outras pessoas e o fato de ocupar muito menos espaço que outras pessoas. Sim, sei o que estão penando: “Mas por quê ele não contrata uma criança chinesa, então?”. Porque é crime, ora.