Umas coisas soltas…

De tempos em tempos eu passo um século sem escrever. Isso não quer dizer que pouca coisa anda acontecendo. Na real, costuma ser bem o contrário. Quando isso acontece eu sempre acabo fazendo um post aleatório tapado de tópicos meio desconexos, mas que dão uma idéia do que anda acontecendo. Lá vamos nós outra vez:

• O sócio meu e do meu irmão no Estúdio foi assaltado na frente da nossa casa. Sim, aquela que até há pouco tinha a cratera na frente, que a prefeitura nos deu de presente. Taparam o buraco e não liberaram a rua. Temos uma lâmpada que nunca acende e outra que nunca apaga. O bairro floresta anda a terra de ninguém tanto que…

•… acordei um final de semana com gritos e tiros na esquina de casa. Um vizinho estava chegando em casa e tentaram levar o carro dele. Acabou sendo baleado. Viva a segurança pública.

• Descobri que todos sabem quem matou a Taís, mas poucos sabem o que anda acontecendo com o Renan Calheiros. Teoria da conspiração à parte, nosso país é uma bosta e precisa ser destruído. O povo é um lixo e merece ser explorado.

• A democracia não funciona.

• Fui ao lançamento do Inventário de Delicadezas. Adorei ver a sessão de autógrafos lotada. Li apenas dois contos até agora, mas não posso me sentir mais orgulhoso da Blondie.

• Descobri que sempre que viro a noite trabalhando o dia é seguinte é pior pra meus colegas de trabalho do que pra mim.

• O Fogaça voltou pro PMDB. Não sei se é um erro. Ele não errou nenhuma vez como prefeito até agora. Até porque é impossível se errar quando não se faz absolutamente anda.

• Minha força de vontade foi abalada pela falta de sono e não fui capaz de manter o inverno por mais tempo. Essa semana, inevitavelmente, teremos sol.

E Porto Alegre segue lomba abaixo…

Ontem de noite, por volta das oito da noite, um ladrão subiu pela sacada da casa da minha namorada, com ela e a amiga dela que mora junto dentro de casa, roubou dois celulares e se jogou pela janela. Elas chamaram a polícia, que jamais apareceu. Tentei fazer uma denúncia online no site da brigada militar (que é tão manco que não deixa nem tu escolher o ano 2007 na data) e depois de escrever a denúncia detalhadamente e apertar o botãozinho de confirmar, recebi um aviso de página não encontrada.

Quando eu era pequeno aqui em Porto Alegre, um acontecimento como esse era raro. Víamos a polícia nas ruas o tempo todo, até porque eles cuidavam do trânsito, e por isso tinham que ficar circulando.

De uns tempos para cá os governos em geral têm feito muitos esforços para acabar com a segurança no país. Policiais com salários baixos, obrigados a morar na vila em meio aos criminosos; tirada do controle de trânsito da mão da polícia, diminuindo sua verba e tirando os policiais das ruas, para colocar no lugar um bando ne inúteis vestidos de azul que só atrapalham o triansito e que desaparecem depois das 17hs de sexta e só são vistos, tirando em algumas raras blitz, na segunda-feira.

Os azuizinhos são uma das idéias mais idiotas que o governo já teve. Tivessem mantido os policiais no controle do trânsito, e feito todas as outras mudanças no código de trânsito, a diminuição nas infrações e acidentes teria sido ainda maior. Mas o ponto preocupante é que os azuizinhos foram mais uma cagada que aumentou a insegurança da população.

Em um país com tantos advogados é impressionante que tantos criminosos se sintam à vontade para fazer o que aquele cretino fez ontem. Oh! Sim, poderia ser muito pior, mas isso não é motivo pra diminuir a indignação de ninguém. Algo precisa ser feito. Eles precisam ser punidos. E punidos direito. Quem não tem medo de ser punido não tem medo de  cometer um crime. E se a prisão fosse o inferno que dizem, eles não saíam tão fácil e teriam mas medo de voltar.

Se seguíssemos a risca o que é ensinado pelas várias teorias filosóficas em relação à governo e sociedade, está na hora de tomarmos nossa liberdade de volta das mãos do Estado, limpar a bunda com  o contrato social, e começar a nos defendermos nós mesmos. Afinal, aquela vez que queimaram os dois seqüestradores em Minas Gerais, tivemos seis meses sem seqüestros naquele estado.

Uma hora, quando eu estiver um pouco menos furioso, eu escrevo sobre como fomos treinados a nos sentirmos indefesos e a não nos defender, e como isso totalmente absurdo. Mas agora não. Agora só quero arrancar a cabeça daquele pau no cu e colocar no poste da esquina da minha rua.