Apocalyto – Mel Gibson

Semana passada fui assistir ao mais novo banho de sangue do Mel Gibson. Felizmente, ao contrário do que aconteceu quando fui assistir Babel, o pessoal do Moinhos Shopping resolveu ligar o ar condicionado do cinema, impedindo que eu caísse em sono profundo e não jogasse meus preciosos cinco reais (viva o dia do mendigo cinematográfico!) no lixo.

Eu havia lido algumas coisas sobre o filme, mas nada que eu tivesse prestado muita atenção. Depois das peripécias mais recentes do Mel Gibson, muita gente liga os filmes que ele faz a algum posicionamento filosófico ou religioso que eu, pessoalmente, não vejo nenhum vestígio.

Analisando 3 dos 4 filmes dirigidos por Mel Gibson, podemos ver que temos uma coisa em comum sim, mas está longe de ser uma filosofia religiosa. O que temos em comum é uma boa, movimentada e dolorosa carnificina histórica. Isso sim, podemos dizer que ele adora.

Apocalypto é um filme interessante e, depois que engrena, sem tempo pra respirar. Depois de uma cena onde um velho índio conta uma história que nos faz pensar no que o homem tem feito com o mundo hoje em dia, é hora de respirar fundo e preparar-se pra muito sangue e ossos quebrados.

O filme é todo em uma língua indígena que eu, por total desinteresse em línguas indígenas, não me darei o trabalho de descobrir quem é.

Enfim, é uma aventura com um modelo clássico: alguém vem, mata tua família, teus amigos, bate bastante em ti, até que tomado de uma fúria imparável tu vai lá e te vinga em grande estilo. Só que tudo isso sem o Van Dame.

Piadas à parte, eu gostei do filme.

100 Escovadas Antes de Dormir

Filme com o mesmo nome de um livro um tanto polêmico lançado no mesmo ano em que os Superphones foram tocar com os Blemish em São Paulo, o qual eu obviamente não me lembro qual foi. O livro era interessante. As descrições que a menina fazia das putarias que ela protagonizava eram bem legais, principalmente porque se dizia tratar de uma história real (termo proveniente do esquecimento da palavra “estória” da nossa língua. Afinal, se ela ainda fosse utilizada, quando é real é história, e se não é, é estória. Mas a academia brasileira te letras tem atée o sarney, que pior do que governando, só escrevendo).

O diretor e o roteirista, que não me dei o trabalho de decorar, cagaram tudo. Estragaram a história, os personagens, acrescentaram uma personagem a mais, tornaram a guria uma cagalhona burra que não sabia o que estava fazendo. O filme é uma das maiores porcarias que inventei de assistir nos últimos tempo. Vou até reler o livro, pra ver se minha memória não me enganou e ele é mais parecido com o filme do que eu acho. Ou pra descobrir que quando li minha percepção estava alterada e o livro é uma merda também.

Betty Blue

Minha namorada é uma das curiosas pessoas que nasceu depois de 80. Acho que jamais me acostumarei com a idéia de que alguém realmente PODE nascer depois de 80. Mas de qualquer modo, isso permitiu a ela não conhecer a fama desse filme. Ainda assim, ela o viu na locadora e, tomada de invejável preguiça, pegou-o sem nem ler a capa (junto com Tommy e Camille Claudel).  Mas isso simplesmente não importa.

Eu nunca tinha visto esse filme. Quando baixei a trilha sonora, certo de que encontraria a música tema de Bagdad Café, me decepcionei bastante com atrilha. Já o filme é surpreendente. É um filme totalmente doente. A mulher é completamente louca e se fosse eu a vítima de tê-la como amante, a teria jogado pela janela e jogado o sofá logo depois, pulando em cima dela e do sofá descontroladamente até que paresse de ouvir plfffrrrzzzz.

Mas vale a pena ver o filme. Ele surpreende a cada momento, sempre com uma situação ainda mais absurda e doentia. O final me pareceu completamente bizarro, mas eu estava realmente muito bêbado quando acabou. Um filme que vale a pena ver. É muito engraçado mesmo.

V for Vendetta

Demorei tanto tempo me decidindo pra ver este filme que acabei vendo em DVD. Eu achava a idéia legal, e o cenário, mas o herói é muito, mas muito reidículo. Pelo menos à primeira vista.

Superei meu medo de me mijar rindo do herói e tirei o filme pra ver. Felizmente, depois de caracterizado o herói, ele se torna bem menos ridículo. Ele não tirar a máscara o filme todo é uma quebra simples de clichê que faz com que a máscara tenha mais legitimidade.

Talvez eu tenha gostado tanto da história por causa da visão de justiça do herói. É um cara que sabe que a violência pode ser usada para o bem. Uma coisa que infelizmente os brasileiros jamais entenderão. O herói sabe que passear com um cartaz na mão, em certas situações, não serve para absolutamente nada. Então ele resolve da maneira eficaz.

Capaz que eu iria terminar sem comentar sobre a Natalie Portman! Ela está fora de série no filme. Ela deve se sentir muito bem de contracenar com alguém que consegue ter expressão mesmo atrás de uma máscara. Principalmente depois de contracenar com aquele Ricardo Macchi do espaço que era o ator que fez o Anakin. Além disso, ela consegue ser bonita mesmo de cabeça raspada (minha namorada me disse que se ela estivesse pintada de dourado e com a bunda pintada de vermelho, eu ainda a acharia o máximo). Mas, opiniões da Ale a parte, a Natalie Portman é foda, como sempre foi, desde O Profissional.