Império da cara-de-pau

Se existe uma coisa que certamente não vale o que custa é a democracia. Algo com uma superioridade tão gigantesca de efeitos colaterais abomináveis deveria ter sido aniquilada antes mesmo do culpado por sua criação compartilhar a idéia com alguém.

Está mais do que provado que o melhor que poderíamos fazer com 98,34% dos políticos brasileiros era um bom massacre.

O deputado Sílvio Costa (PMN-PE) também protestou contra as restrições. “É preciso acabar com esse teatro da hipocrisia. A maioria dos parlamentares desta Casa é casado. Então, agora, só quem pode ser candidato a deputado é o solteiro? As mulheres dos deputados não podem vir a Brasília? Os filhos dos deputados não podem vir a Brasília? Que onda é essa? Onde é que foram buscar essa lei? Que decisão esdrúxula é essa?”, perguntou.

Ouvir esse tipo de imbecilidade de um deputado, pra mim, é razão de golpe militar automático. A democracia brasileira faliu e precisa ser destruída. E rápido.

Respondendo ao deputado idiota: sim, podem ser casado e podem receber a visita da família em Brasília, mas como qualquer outro profissional (já que os políticos brasileiros se comportam como funcionários incompetentes contratados pelo povo) tem que pagar os custos de viagem e estadia. Não sabia que ia ser assim, deputado? Não gosta de como funciona? Renuncie. Ninguém vai nem notar sua ausência.

Pra completar, em outro campo polêmico da existência humana, temos uma demonstração de infinita cara-de-pau dotada de inabalável confiança, por parte do bispo Edir Macedo. Porém, em um momento de crise como esse, quem pode culpá-lo pelo descaramento? De qualquer modo, é sempre bom relembrar:

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27/07/2007 – Assalto Comemorativo de 30 anos

Então, quando finalmente resolvemos parar de infernizar os garçons do pinguim e ir embora, no caminho pro carro, dois merdas que achamos que eram flanelinhas começam a nos seguir. Um deles estava de jaqueta azul, e eles tinham mais ou menos 20 anos. Eu tentei avisar pro pessoal (Ale e Guga*) correrem e alcançarem os outros (Gabi* e Mário*) mas não rolou. Um dos dois me pegou pro trás, me deu uma gravata, colocou um revolver prateado na minha cabeça e mandou eles pararem porque senão ele ía me matar.

O filho da puta levou meu celular (que já foi bloqueado, mas pode ter sido usado pra alguma ligação idiota, e caso alguém tenha recebido alguma ligação do meu número eu peço desculpas), meu casaco do exército russo (que eu torço muito que o idiota use pra ficar mais fácil da polícia achar o cara), a bolsa da Ale (que tinha a carteira de identidade dela, cartões do banco, celular, chave de casa) e o casado dela. Isso tornou nosso dia infernal hoje, pois sem a carteira de identidade, precisamos correr feito loucos pra que ela conseguisse fazer um passaporte de hoje pra hoje pra podermos viajar amanhã.

Agradeço à prefeitura de Porto Alegre, ao governo do estado do Rio Grande do Sul e ao Governo Federal pelo esforço conjunto em manterem a mais absoluta insegurança nas ruas. Afinal, não fosse esse esforço conjunto eu não teria tido chance de receber este presente de aniversário.

Achei que fosse ficar com medo de ter uma arma na cabeça, afinal sempre ouvi relatos apaixonados do Paulo Sant’Anna sobre pessoas que passaram por situações assim, mas não. Nada de medo. Eu fiquei com muita, muita raiva, pelo filho da puta estar me usando pra ameaçar os outros. Isso é de uma filha-da-putisse sem tamanho. E um merda desses merece um tiro na cara. De fuzil. Encostado em uma parede e vendado. Com a bala paga pelos parentes. Creio que não posso ser mais claro.

Bem, amanhã vou para a Argentina e torço que quando eu volte alguém tenha resetado o Brasil. Até mais gurizada. Se eu achar um computador por lá talvez eu escreva.

* colegas da Ale (o * é referente aos nomes do início do post, que vocês devem ter esquecido já).