Teoria Fundamental do Brucutu-Sem-Medo

(parte integrante do ainda não lançado “Manual do Putanheiro Mirim”)

O Brucutu-sem-medo, muito mais do que uma pessoa, é um conceito. Para o seu entendimento se faz necessária uma explicação breve do que é o Brucutu de que tratamos aqui.

Para os que não estão familiarizados com ele, Brucutu é um indivíduo do sexo masculino desfavorecido estética e, muitas vezes, intelectualmente. Ou, em linguagem de mais fácil intendimento, um cara feio pra caralho, fora de forma (embora ele raramente tenha consciência disso), burro, sem-noção, inconveniente e totalmente incapaz de manter uma conversação por mais de quarenta segundos. Existem inúmeras possibilidades de manifestação destas criaturas, uma vez que a combinação das variáveis feiura e idiotisse ser algo completamente infinito e imprevisível.

Uma vez explicado o Brucutu, sigamos em frente.

Quem lê de uma maneira não muito crítica a explicação acima, pode imaginar que o pobre mortal descrito está fadado a uma vida de tristeza, depressão e canais de chat. À primeira vista, compreendo esse entendimento. Até porque acontece mesmo com muitos Brucutus. Mas não com todos. Pensem: quantas gostosas já cansaram de ver com caras que nenhuma explicação plausível pode ser dada para ela sequer ter olhado pra ele? Quantas? Hein? Pois é. Uma caralhada.

Uma mulher diria que é amor. Um caminhoneiro diria que o cara tem o pau do tamanho de um bonde. Uma pessoa com uma visão um pouco mais realista da índole da mulher default brasileira (tu que está te preparando pra me xingar por comment, para quieta que tu é excessão. Garanto!) se perguntaria: “Quanto ele tem que eu não tenho?” Todos pensamentos provavelmente errados.

Não é uma questão do que o cara tem. Bem pelo contrário. É uma questão do que ele não tem. E o que ele não tem é medo.

Sem dúvida nosso Brucutu teve uma adolescência difícil. Mais difícil do que a da maioria das pessoas. Porque adolescente sempre é mau. Adolescente mulher, então, é a encarnação do demônio. Esse cara foi motivo de piada, risadas generalizadas e levou todos os foras do mundo. Levou foras até das revistas de mulher pelada do pai dele. E isso o forjou em ferro inquebrável.

Através de um árduo treinamento insconsciente, o Brucutu se tornou um Brucutu-sem-medo. Alguém incapaz de entender a porcaria que é. Incapaz de se abalar com qualquer rejeição. Alguém que jamais irá temer se aproximar daquela baita gostosa que estava no canto da festa e que todos os caras da festa se cagaram de chegar.

Sim! E tu que perdeu teu tempo te esforçando pra não te vestir de palhaço, tu que gastou preciosas horas de nada-pra-fazer te puxando na academia, ficou no canto viajando, tentando decidir o que dizer, e quando finalmente resolveu te mover, ainda cheio da insegurança, o cara já tá lá, atracado na gostosa, sem ter dito mais do que quatro frases. Duas delas praticamente ininteligíveis.

Sim. Esse é o Brucutu-sem-medo. Um predador sem-noção que está à espreita de todas as gostosas em que conseguir colocar suas mãos encardidas.

Mas o que devemos aprender com ele? Devemos trabalhar nosso cérebro para atingir o estado de espírito de Brucutu-sem-medo. Pois uma vez que deus não fez do teu corpo, da tua cara e do teu cérebro uma terrível piada, e que tu atinja esse estado de espírito – bah! – nada vai te parar. Famílias estarão em pânico, empresas relançarão o cinto de castidade, a igreja repensará a relevância do casamento e, o mais importante, tu vai te divertir pra caralho!

Definitivamente não é algo fácil de se conseguir. A falta de noção necessária é algo quase perigoso de se buscar. Mas creio que os frutos farão valer à pena. Se eu conseguir, eu aviso. Se souber uma fórmula, eu cobro.

4 comentários em “Teoria Fundamental do Brucutu-Sem-Medo”

  1. genial

    a propósito, me corrija se estou errada, mas acho que foi um brucutu quem criou a tal frase popular: “sem medo de ser feliz”
    he he he

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