No meio da tarde do último dia de 2002, horas após ter chegado na praia, eu comecei a sentir um terrível cheiro de bicho morto. Eu tinha certeza que vinha do canteiro abaixo da janela do quarto em que eu e a Manu ficáramos na época naquela casa. Revirei o canteiro e nada. O cheiro aumentou durante a noite, e meu estado na virada do ano era de uma violenta dor de cabeça e uma constante vontade de vomitar. Aquilo era certamente o aviso de que 2003 seria (como foi) o pior ano de toda minha vida.
Chegando em Porto Alegre fui à emergência do São Lucas e fui atendida por uma bela médica loira e alta a qual, não estivesse eu constantemente sentindo aquele terrível cheiro e me cagando de medo de que, caso fosse dentro da minha cabeça, as pessoas em volta também fossem sentir (o que não acontecia, mas não existe nada que pare esse tipo de paranóia), eu torceria o tempo todo que ela resolvesse se pelar. Descobri que era um tipo de sinusite violenta. A merda do cheiro estava na minha cabeça mesmo. Que nojo.
Na volta do Carnarock eu cheguei com o nariz fodido (além das mãos, após pular do segundo andar da casa que estava fechada). Não sinto aquele cheiro, mas minha paranóia me avisa que, sendo este dia um dia que promete ser um lixo nojento cheio de stress e imbecilidades, eu devo correr até uma farmácia e comprar o anti-inflamatório mais forte que eu puder obter sem receita.
Sinto o início de uma dor de ouvido também.
Odeio ficar doente. E odeio a Cola Lojistas de Olympikus.