Final de Ano

Depois que a gente cresce e tem a idéia estranha de ser publicitário, datas como Natal e Páscoa perdem um pouco do significado. Até porque muitas vezes é julho e tu já tá fazendo campanhas de Natal. Além disso, as pessoas crescem, as famílias de vêem menos, todo mundo (ok, nem todos) acaba arranjando namorada ou namorado ou um culto oriental meio bizarro e deixando de fazer aquela mega festa de Natal ou de Ano Novo.

Fora isso, depois que tu descobre que o Papai Noel é tão real quanto o desenvolvimento do país, Natal deixa de fazer sentido. Ainda mais se tu só é católico porque quando te batizaram tu não tinha como se defender de toda aquela gente e sair correndo. Até porque nem engantinhar tu conseguia na época.  Daí vale a comilança e dar presentes pra quem tu gosta. Mas é possível de se fazer em qualquer outra época do ano, com preços mais baixos e sem filas no caixa.

Já o ano novo é algo ainda mais estranho. Qual a diferença, a não ser no preenchimento de cheques e de outros documentos, que tm a mudança de dezembro pra janeiro, da mudança de agosto pra setembro? Tirando o fato que tu não inventa um monte de merda pra si mesmo, que tu sabe que não vai fazer, absolutamente nenhuma. Mas vale a comilança, a bebedeira e, se tu não veranear em Imara, os fogos.

Feliz 2007

Na beira da praia de Atlântida Sul, baita ventania, frio pra caralho, depois da virada do ano, cinco da manhã: um caminhão se aproxima dos banheiros ecológicos da beira da praia, dois caras descem e usam mangueiras para sugar a bosta alheia de dentro deles. Como diabos esses caras, sabendo que iriam ter que fazer isso, conseguiram brindar com champagne, ver fogos e, principalmente, comer lentilha enquanto alguém ainda tinha a cara de pau de desejar a eles um Feliz 2007?