Eldest – Christopher Paolini

Aproveitei o feriado de Carnaval para fazer algo muito mais louvável do que continuar incentivando aquele bando de sem noção a continuar levando todo aquele desfile a sério: terminei de ler o segundo livro da trilogia de Eragon.

Mais uma vez o iniciante escritor me surpreendeu.  Inevitavelmente quando se cai no clichê de fazer uma trilogia, se é vítima de outros clichês que são praticamente inevitáveis em uma história de aventura e fantasia medieval com seres fantásticos, magia, armas, armaduras e dragões. Mas ainda assim o guri administrou bem os clichês.

Eldest segue exatamente de onde Eragon parou. Os acontecimentos que ocorrem no fim do livro e que foram completamente ignorados no filme me deixam completamente sem saber como diabos os roteristas e diretores farão pra filmer os acontecimentos seguintes. O livro começa arrastado, narrando ao mesmo tempo a ida de Eragon para seu treinamento entre os elfos, o que acontece na vida de seu primo Roram, e o que ocorre com os Varden até que Eragon volte a encontrá-los.

Mortes inesperadas, desafios psicológicos, um romance menos clichê do que o que foi retratado no filme. Além disso, elfos muito melhores que as malas de sempre. Não, infelizmente Paolini não nos livra de um bando de elfos que adoram poesia e música, mas os faz mais fortes, poderosos, e corajosos. E muito, muito menos afetados.

O treinamento de Eragon é um clichê daqueles mais empolgantes. Fazia tempo que eu não lia nada com um protagonista que agora iria treinar pra ficar fodão. Não contarei como ele desmantela o clichê mais tarde.

Infelizmente o cretino ainda não escreveu o último e agora tenho que ficar esperando pra saber como a história termina. Pra quem curte aventuras medievais, com um conceito bem diferente de magia e com uma visão de bem e mal muito mais cheia de nuances do que o preto e branco habitual, aconselho que compre logo e leia. Algumas livrarias ainda dão um ingresso de graça pra assistir Eragon na compra de qualquer um dos volumes da trilogia.

Eragon – Christopher Paolini

A primeira vez que li o nome Ergon, pensei o seguinte: ” Eragon é Dragon, mas com ‘e’. Que espécie de idiota tem coragem de colocar este nome no prootagonista de uma história sobre dragões?” Então li que o autor tinha 15 anos quando começou a escrever, o que me fez entender o nome do livro e esperar que fosse uma grande porcaria.

Daí lançaram o filme. Tinha o John Malcovich e o Jeremy Irons (e uma vez que já superei meu problema com ele, agora posso ver seus filmes). Tinha uma seqüência já preparada antes do lançamento do primeiro filme. Já que hollywood, que tem muito mais dinheiro que eu, resolveu gastar uns milhões nele, achei que dava pra eu gastar uns reais e assistir.

Pra minha surpresa, gostei do filme. A única coisa que me irritou nele foi a impressão de que haviam comprimido uma história bem grande em muito pouco tempo de filme. E isso me fez, naquele desgraçado aeroporto de Congonhas, comprar o livro (juntamente com uma edição pornográfica das Viagens de Gulliver, que comentarei outro dia).

O livro  é muito melhor do que eu esperava. Principalmente tratando-se de um livro escrito por um guri de 15 ano. Isso faz com que ele cometa algumas ingenuidades literárias, mas ainda assim a história é boa e empolgante. Em alguns momentos, rola aquela vontade de ser o novo Tolkien, criando uma língua nova e coisas do gênero, mas felizmente isso não faz com que ele encha o livro de poesias enfadonhas e citações de rodapé que só atrapalham, como o Tolkien insistia em fazer.

Vale a pena ler. Pra quem viu o filme primeiro, é melhor ainda, embora vá fazer com que se goste menos do filme. Pra quem leu o livro, veja o filme só se não tiver outra coisa melhor pra fazer, pois eles esquartejaram a história.