Quando cheguei hoje na agência comentei com o menezes que achava que dessa vez escreveria sobre o porquê de eu achar que a VIP é uma revista de mulher pelada que não é pra homem, mas após dar uma olhada nas estatísticas do site e me deparar com a busca de deu nome a esse post, fui obrigado a mudar de idéia. Afinal, é um assunto de suma importância e tem alguém buscando especificamente por ele. Tem alguém buscando especificamente por um vídeo de uma mulher sendo arrombada por um pônei, mas esse não terá minha atenção.
O refrão é talvez a parte mais importante de uma música. Claro, tal afirmação é algo bastante polêmico. Principalmente se tu for o guitarrista de uma banda de metal melódico, afinal nada vai te convencer que o mais importante não é o teu solo de 43 minutos. Mas ainda assim, existem pessoas que dirão que será uma ponte ou um outro que serão o que tornará a música memorável. Mas ainda assim, a maioria dos riffs de guitarra, ou de nbacking vocals marcantes estão no refrão, e é isso que o torna tão absolutamente importante.
Refrões devem ser grudentos. Eles devem entrar na cabeça de quem ouve e ficar lá, provavelmente ocupando o lugar que antes era da fórmula do MRUV. Pra isso ele deverá ter uma melodia fácil de lembrar e uma letra que inevitavelmente rime ou se repita. Ninguém nunca decorou refrão de música da Jewel, afinal ela nem mesmo sabe o que é um refrão. Ou pelo menos não sabia antes da reforma. Métrica inusitada, quebra língua, isso não é pra refrão. É pra estrofe, ponte e outro. Refrão tem que ser simples. E tu aí que tá começando a discordar, cala a boca que quando tu parar pra analisar vai ver que esse aí que tu pensou na real é bem simples também.
Pra fazer um bm refrão tu tem que ter ouvido bons refrões. Quem se criou ouvindo hard rock e hits de reunião dançante saiu na frente. Pouca gente consegue fazer um refrão tão fodão quando o Bon Jovi. Brian Adams é o rei dos refrões foda. Basta ouvir heaven uma vez pra saber que ele sabe pra caralho o que tá fazendo. Outras pintas que sabem fazer refrão são o Roxette. Daí pra sacar uma regra aceitável: banda que sabe fazer balada sabe fazer refrão. Balada, pra que as pessoas entendam, não quer dizer festa. Balada é música lenta de dançar grudado analisando o perfume das garotas e ponderando o momento correto de atacar-lhes o pescoço. Quem chama festa de balada deve ter o esqueleto transformado em gelatina e morrer de tédio na monotonia absoluta do reino dos céus.
Voltando aos refrões: se quando eu faleique deve ser grudento alguém pensou em funk, daí já começou mal. Primeiro porque claramente tem gosto musical duvidoso. Segundo porque da mesma maneira que refrão bom gruda, música ruim cicatriza no cérebro e maltrada a gente por dias a fio. Mas isso não vem ao caso.
Não existe, felizmente, uma fórmula pra fazer um refrão bom. Claro, as super-seqüências sempre funcionam (C Am F G / G Em C D), mas não são aconselháveis de tu não é um dos Beatles ou o Elvis. O que se pode fazer é ter uma idéia de se o que foi criado é bom ou é uma bosta. Claro, tudo é subjetivo, mas ainda assim serve:
1) Antes de um refrão bom tu tem a impressão que, mesmo que esteja cheio de instrumentos tocando, aconteceu um silêncio idêntico ao que faz uma bomba nuclear quando explode;
2) Quando ele começa, tu tem a impressão de que quem vai explodir é tu;
3) Volta e meia tu tem a impressão de que teu corpo resolveu se balançar no ritmo do refrão, e por alguma razão não consegue parar de batuca-lo retardadamente;
4) Tu até esquece as notas de outras partes da música, mas a do refrão grudaram na tua cabeça.
Certamente existem mais uma caralhada de dicas que se poderia dar pra explicar quando um refrão é bom. Na dúvida, basta colocar ele no lixo caso alguém diga: “pelo amor de deus pára de cantar essa merda!”